
No vasto e fascinante reino vegetal, algumas espécies desenvolveram uma estratégia olfativa surpreendente e, para muitos, repulsiva: o aroma de carne em decomposição. Esse odor fétido, longe de ser um defeito evolutivo, é uma engenhosa tática de sobrevivência.
Um estudo recente desvendou os intrincados mecanismos moleculares por trás dessa peculiar fragrância, revelando como essas plantas atraem seus polinizadores de forma eficaz.
A pesquisa detalhada identificou os compostos voláteis responsáveis pelo cheiro de cadáver emitido por essas plantas. Surpreendentemente, muitas dessas moléculas são as mesmas encontradas em animais em putrefação.
Essa semelhança química não é coincidência; ela serve como um chamariz irresistível para moscas e besouros necrófagos, insetos que normalmente se alimentam de carcaças. Ao serem atraídos pelo odor, esses insetos acabam transportando o pólen de uma flor para outra, garantindo a reprodução da planta.
As plantas que adotam essa estratégia geralmente apresentam flores com cores e texturas que também lembram carne em decomposição, reforçando a ilusão sensorial para os polinizadores.