Pesquisas recentes publicadas em revistas científicas como a Nature, estão revelando possíveis impactos climáticos causados pela alteração na Circulação Meridional do Atlântico (Amoc), uma corrente oceânica fundamental para a estabilidade do clima mundial, segundo o Climatempo. Este cenário, que lembra o enredo do filme O Dia Depois de Amanhã (2004), sugere riscos para diferentes regiões incluindo o Brasil.
A Amoc funciona como uma vasta esteira no Atlântico, transportando águas quentes dos trópicos para o norte e levando águas frias de volta para o sul. Esse sistema regula o clima em regiões da Europa e em partes da América do Sul. Contudo, as mudanças climáticas, especialmente o derretimento de geleiras na Groenlândia, estão afetando a salinidade das águas do Atlântico Norte. A quantidade de água doce adicionada por meio das chuvas e pelo escoamento dos rios altera a densidade das águas, o que dificulta o funcionamento da corrente.
O impacto de uma desaceleração ou colapso da Amoc seria sentido globalmente. O desequilíbrio desse fluxo comprometeria a distribuição das chuvas com possíveis efeitos drásticos na agricultura e no abastecimento hídrico em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil.
Na América do Sul, essa corrente é crucial para a regularidade das chuvas na Amazônia. A interrupção desse sistema poderia intensificar as secas, ameaçando comunidades locais e a biodiversidade da região. No Nordeste brasileiro, os períodos de seca poderiam se tornar ainda mais intensos, e o Centro-Oeste enfrentaria maiores dificuldades com queimadas e crise hídrica, comprometendo o fornecimento de água e energia.
Essas mudanças teriam grande impacto no setor agrícola brasileiro, especialmente na produção de soja, milho e café, produtos de grande importância para o mercado interno e para a exportação. Uma diminuição na produtividade afetaria diretamente a economia e poderia resultar em desafios para o abastecimento global desses produtos.
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